Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André - E.L.C.V.

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12/09/2017
Memória ELCV - Flávio aluno das Turmas 1 e 2 responde à pesquisa sobre quando cursou a ELCV e enriquece o registro histórico da escola

Projeto Memória ELCV neste ano de 2017 entra em sua fase de entrevistas e questionários escritos com pessoas que fizeram parte da história da escola como alunos, professores, funcionários, coordenadores, etc.

 

Após encontro com alunos de todas as turmas do curso regular de 3 anos da ELCV de Santo André organizado pela Secretaria de Cultura de Santo André realizado no dia 06 de setembro de 2017, véspera de feriado prolongado, conversei com os alunos presentes com o pedido de auxiliarem no levantamento de informações relevantes com suas memórias, fotos, documentos, recortes de jornal, enfim com qualquer item que enriqueça todo o material histórico levantado até o momento.

 

Flavio Marin, aluno das turmas 1 e 2, também cursou a ELT – Escola Livre de Teatro de Santo André, dentre outras áreas em que atua é diretor teatral e membro atuante do Conselho de Cultura da Cidade de Santo André. Generosamente respondeu à pesquisa compartilhando suas memórias e informações.

 

Leia as informações fornecidas:

 

Me chamo Flávio Dias Marin, não sei direito o ano que entrei na turma de Produção, da turma 1, penso ter sido 2003, e em 2004 comecei na turma 2, até 2007 creio eu, o curso de Direção.

 

De quais os cursos participou na ELCV de Santo André?

Produção e Direção.

 

Qual era sua visão da ELCV? Quais eram suas expectativas e explane se as mesmas se realizaram?

Era o primeiro curso de Cinema gratuito que eu tinha conhecimento, e eu tinha acabado de me separar e após cinco anos em Sampa, voltará para a Terra Natal, morando sozinho e estudando na ELT Direção, a ELCV era de noite e dava para trabalhar e estudar.

 

Como você definiria a ELCV?

Os professores, alunos e a dinâmica das aulas e experiências do curso.

 

Na época que comecei com o Daniel Santiago foi bem interessante, frases do Daniel – “Papel aceita tudo, nós da equipe de produção é que fazemos as pessoas porem o pé no chão”.

 

Nessa turma também pude acompanhar o processo do Djauma Limongi, uma pessoa maravilhosa, mas eu nunca curti a obra dele, tanto no teatro como no cinema, como professor era a aula do chique, a Europa como definição de padrões, o Milton tem a forte influência do cinema americano, bom e ruim, assim como Du Aguilar, vejo o Júlio Pessoa mais com a cara brasileira, lembro que em uma aula ele fez críticas a Clarice Lispector, e eu achei de uma soberba pretensiosa, mas “Casa de Alice”, é a cara do Brasilsão, de Garrincha e Aleijadinho, não precisa consertar...cachaça e queijo.

 

Com Abreu eu tive aulas na ELT, na ELCV, infelizmente não.

 

Como era sua relação com as pessoas da ELCV, professores, alunos, etc.?

Nas duas turmas conquistei amigas e amigos, parceiras e parceiros para o resto da vida, inclusive de trabalhos. Algumas amigas e amigos com destaque como Camila da Brazuca Produções na primeira turma e Andréa Iseki na segunda turma, Érick Monstavicius, João Emerson, Diaulas Ulisses, Sérgio Pires, Mario, Norma, Emerson Gigante, André Okuma, Pati Toseti, enfim estou esquecendo o nome de algumas pessoas...

 

Como tomou conhecimento da ELCV e como foi cursar uma escola de cinema em Santo André?

Foi muito bom filmar Santo André, seus becos, ruas, bares, vidas...

 

Quais suas lembranças boas e ruins, as que quiser citar, sobre o período em que esteve na ELCV?

A lembrança ruim foi o roubo da Ilha de Edição em pleno Paço Municipal. Boas foram várias, uma cena de “Aviso Prévio” que fizemos no bar da estação e paramos o transito, eram milhares de pessoas assistindo a filmagem, em silêncio apesar do pagode e a sambada de Élidy de Moraes em cima do balcão do bar...inesquecível. A finalização do Crime do Pato Branco, que fiz na Vila Cachoerinha por causa do roubo da Ilha de Edição, as amizades e lutas para mostrar a nossa cara  e a nossa cidade, como diria Kirostami, diretor iraniano, o cinema é a cara de um povo.

 

Houve algum (ns) professor (es) que marcaram de alguma forma sua passagem pela ELCV? Se sim pode citá-lo (s) e discorrer sobre?

Na verdade sempre acreditei em processos horizontais, portanto até dos que eu mais discordava, queria ouvir, aprender e debater sobre.

Mas sou amigo do Du Aguillar e apesar de todas as discordâncias que tenho com ele,  achei que ele foi crucificado pela turma 2, na época pelo fato de ser Assistente de Direção do Carlão e não ser o Diretor dos filmes, o glamour já subia a cabeça de muitos. Ele sabia muito bem sobre o que estava falando e era sincero e honesto nas aulas, não fazia jogo de cena, fazia com  sinceridade suas críticas, nos processos de criação, muitos não gostavam, eu como ator já havia tido experiências com Antunes Filho e Zé Celso, o Du era um anjo perto desses dois.

 

Das produções que participou como foi a experiência tanto pessoal como quanto ao aprendizado que as mesmas proporcionaram?

Foram gigantescas, mas a grande descoberta foi fazer uma montagem. Porque eu sou ator e diretor de Teatro, então a interpretação, direção e produção eu já tinha uma noção, mas a montagem eu era um analfabeto e na ELCV não tínhamos aulas sobre, só estudos teóricos do Milton sobre escolhas e o porquê das escolhas, as aulas do Milton foram fundamentais para eu conseguir realizar o processo de finalização do Crime do Pato Branco, sozinho na Vila Cachoerinha, com a ajuda de um aprendiz do curso de montagem de lá, meu amigo William, quem tem boca vai a Vila Nova Cachoerinha, com filha recém -nascida, para finalizar uma obra da ELCV, minha e da cidade. 

 

Como foi cursar duas turmas, a 1ª e a 2ª Turmas da ELCV de Santo André impactou / mexeu com sua vida?

Olha o fato de estudar cinema numa escola pública, na sua cidade e ainda conseguir realizar produções que ficaram e ficarão na história, é isso. O cinema faz com que o trabalho de criação artística fique marcado na história, no teatro quem viu, viu. E percebo isso com o Gabriel Folguerar, irmão da minha filha, ele acompanhou este processo e hj está na escola, na turma oito.

 

Basicamente é isto.

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Agradeço ao Flávio Marin por sua contribuição às ações culturais na Cidade de Santo André, a sempre que solicitado contribuir com informações e ações que sempre visaram a melhoria da ELCV de Santo André e novamente sua generosidade.

 

Muito Obrigado Flávio.


No correr do ano serão feitas entrevistas pessoas ligadas à escola de diversas épocas e disponibilizadas nos canais na Internet e neste site.

 

Veja as produções de Flávio Marin

O Balanço - videos_detalhe.php?id_sub=173 

O Crime do Pato Branco - videos_detalhe.php?id_sub=175

Os Inocentes - videos_detalhe.php?id_sub=179

Saiba mais

Série Memória ELCV - projetos_detalhe.php?id_sub=66
Turma 1 - turmas_detalhe.php?id_sub=151

Turma 2 - turmas_detalhe.php?id_sub=152

 

 

Projeto Memória ELCV, pesquisa e texto por Grande


 

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