23/03/2014 |
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A Escola Livre de Cinema de Santo André |
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Meu nome é Ana Cristina da Silva, sou agente cultural e iniciei o meu trabalho na Escola de Cinema em 2004 onde permaneci até 2010, retornando em 2013. Cheguei à Escola no final da turma 1. Nesta época a Escola funcionava no Cine Teatro Carlos Gomes e no Prédio do Paço Municipal.
Fui aos poucos me adaptando ao universo da Escola que era bem diferente de outros setores da Prefeitura onde trabalhei, os alunos tinham aulas todos os dias, o que fazia com que tivéssemos contatos que não eram esporádicos ou eventuais, na ocasião o professor de roteiro era o Luis Alberto de Abreu e a sala costumava ter 70 pessoas, pois além dos alunos, apareciam os ouvintes (sempre em maior número). Nessa ocasião a escola possuía apenas uma filmadora, e uma TV de 29 polegadas e um vídeo cassete que ficavam numa mesa que ficava em cima de outra mesa para ‘dar altura’, mas, as discussões eram sempre muito interessantes.
Como ‘ouvinte’ fui adentrando nesse universo. E aprendendo também, comecei ajudando os grupos que tinham dificuldades com produção, especialmente para conseguir alimentação para as equipes, ou seja, fui para a ação, o que possibilitou conhecer todo o processo de gravação de um filme, a formação de grupos, as discussões, as realizações, o que dava certo ou não, e tudo isso se repetia com a nova turma que entrava, os problemas praticamente eram os mesmos e as soluções também. Pude ter uma visão externa dos processos e também tempo para avaliar o que a escola produzia.
A Escola de Cinema foi se tornando (e tomando) uma parte significativa da minha vida, fui fazendo amigos, trocando experiências, livros e filmes, aprendendo, lendo, participando de mostras, festivais, realizando cursos de cinema em outras instituições, queria saber mais para contribuir mais, o que em algumas ocasiões eu acredito que consegui.
Nesses anos de funcionamento percebo o número de pessoas que se desenvolveram e trabalham na área, outros que estão em outros ramos, mas que lembram e tem um grande carinho pela Escola, lembram-se com recordação de tantas e tantas noites que vimos filmes, discutimos, tomamos chuvas, passamos frio para gravar ou assistir aulas, brigamos e fizemos as pazes, produzimos, mostramos ou deixamos de mostrar e acima de tudo continuamos apaixonados por cinema e por essa Escola.
Agradeço a todos que passaram por esse caminho, com todos aprendi algo.
E continuo a caminhada.
Ana Cristina da Silva
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