Sinopse: Utilizando uma linguagem poética, Travessia parte da busca pela memória fotográfica das famílias negras e assume uma postura crítica e afirmativa diante da quase ausência e da estigmatização da representação do negro.
3º CorpoStyleDanceMachine
Direção: Ulisses Arthur
Duração: 7min
UF/Ano: BA/2017
Classificação Indicativa: Livre
- Ando por mistério, vivo por mistério [...] Nosso corpo é uma máquina, ou cuida ou sabe como é né?" Entre memórias da boate e relatos de resistências cotidianas; Tikal, importante personalidade do Recôncavo da Bahia, dança e afronta as normas.
4º A paz ainda virá nesta vida
Direção: Isabella Geoffroy, Nícolas Bezerra
Duração: 6min
UF/Ano: RJ/2017
Classificação Indicativa: 14 anos
- Dois amigos, e a necessidade de fazer um filme sobre o cotidiano violento da favela aonde vivem.
5º A Retirada Para Um Coração Bruto
Direção: Marco Antônio Pereira
Duração: 15min
UF/Ano: MG/2017
Classificação Indicativa: Livre
- Ozório é um senhor que vive sozinho onde o Judas perdeu as botas, na zona rural de Cordisburgo-MG. Passa seus dias ouvindo rock no rádio, enquanto vive o luto da sua companheira. Até que um movimento no céu quebra sua solidão.
6º Talaatay Nder
Direção: Chantal Durpoix
Duração: 20min
UF/Ano: BA/2016
Classificação Indicativa: Livre
- “Talaatay Nder”, significa em língua Wolof “Terça feira de Nder”, é uma homenagem poética para as mulheres de Nder, na região do Walo, Saint-Louis, Senegal. Em 1820, as Rainhas de Nder, lutaram e escolheram o suicídio coletivo para escapar à escravidão e preservar a sua liberdade e dignidade. A história de Nder continua viva e atualiza-se na modernidade.
------------------------------------------------------ O que é MFL 2018URGÊNCIAS AUDIOVISUAIS
A MFL se transformou, nos últimos anos, na maior mostra audiovisual do Brasil, exibindo a cada edição mais de 200 filmes (brasileiros) em várias capitais. Quando um evento focado na (crescente) produção alternativa, feita na maioria das vezes sem patrocínios ou uso de verbas públicas, se torna o maior de um lugar como o Brasil, toda reverberação é importante. Fruto da dedicação e esforço de muita gente, por mais de década a MFL insiste que o cinema mais amoroso que monetário é fundamental de ser feito e mostrado.
Os 230 filmes desta edição compõem um caleidoscópio do país que nos tornamos, que somos, com tudo de posi/negativo que este painel carrega, visto que o Brasil é cheio de contradições, muitas delas seculares e mal resolvidas. Pelo Brasil adentro são feitos filmes que buscam levar à tona questões que muitas vezes incomodam - sejam elas estética ou políticas. O cinema livre trata desse lado espinhoso do cinema nacional, de modo que a MFL nasceu e segue viva para exibir e pensar o que de mais original, exótico, poético e subversivo os brasileiros têm sido audiovisualmente.
A visão do CCBB em 2002, ao nos bancar pela primeira vez, evidencia a graça e eficácia de uma política cultural não de governos, mas republicana, que visa plantar (e planta) raízes fortes a fim de gerar frutos coletivos e de longo prazo. Ao nos hospedar nestes 17 anos, o CCBB se tornou porto fundamental na difusão do cinema independente brasileiro, que tem na MFL um manancial de filmes feitos por amor, cada qual com a sua urgência motivadora, e isso importa e quer dizer muito nestes tempos.
Começamos exibindo VHSs, Betas e 16mm, depois DVDs e blurays, hoje HDs e pen drives. Vivemos os tantos impasses destas mudanças de formatos tanto de captação quanto de projeção, e do que se entende por audiovisual. A cada edição comprovamos um ditado criado por nós mesmos: se cinema é cachoeira, vídeo é arrebentação. Que essa quebradeira siga firme e cada vez mais forte, em nome da poesia e liberdade de expressão!